Um
Jorge ouvia apenas os seus passos ecoando enquanto anda pelo Hotel que parece uma imensa e vazia nave espacial, aquelas que ele imaginava quando lia 'Eram os Deuses astronautas" e dedilhava o violão.
Ele senta no imenso salão e começa a tocar. A acústica o impressiona a cada nota ecoa pelos corredores quartos e cômodos vazios. Ele toca como que para acalmar os seus propios fantasmas e os que habitam cada pedaço do prédio Centenário.
As vezes, o fantasma do seu amigo Tim Maia vem visita-lo. Conta causos, piadas e leva um som, Jorge gosta do som potente da voz de Tim ecoando pelas paradas.
O Violão, ele tinha trocado pela guitarra e tinha até esquecido das cordas macias e de como a música soava doce no instrumento.
A cada noite outros fantasmas vinham visita-lo, Umbabarauma pedindo outra música, pois sentia falta de do cheiro dos gramados, Chica da Silva sempre vinha para mostrar seus belos vestidos e joias, o homem da gravata florida gostava de discutir filosofia com jorge, Hermes trimegisto não falava, apenas mostrava suas novas fórmulas alquimicas e tinha o Charles Anjo 45 com suas divertidas e assustadoras histórias de bandidagem e crimes.
Jorge escuta o barulho constante das ambulâncias e carros de polícia, rasgando o silêncio da cidade recolhida.
Ele fecha a janela, liga seu pequeno estúdio portátil e começa a trabalhar no proximo disco, observado pela imagem de são Jorge, em cima do pequeno altar
Só ele e violão, como era no princípio, no seu pequeno quarto na Tijuca, ele quase escuta a voz da sua mae o chamando para jantar.
10 canções prontas, o suficiente para a gravadora, se ainda existissem gravadoras e não apenas um conglomerado virtual de sons jogados e capitalizados no ciberespaço.
Ele começa a trabalhar em "Não tem medo Não", um funk com levada africana onde ele diz "irmã e irmã, o sol nascerá, já dizia Cartola, não da para entregar tudo aquilo que se plantou", um hino de exaltação da vida em " Vou encontrar você na Praia", parceria mediúnica com Tim Maia, um disco samba acústico, a religiosa "Prepare o quarto que o Homem vai voltar" uma visão humorada da volta do messias, em "Foi tudo tão rápido que eu nem lembrei" fala de como a pandemia adiou planos e amores, "African sadness" a única em inglês onde ele fala do abandono da África amplificado pela pandemia, em "De 8 a 80" ele revisita cada um dos personagens de suas músicas em frases bem humoradas e curtas que juntou das conversas com seus amigos.
Jorge espalha suas cancoes pela rede, atraves do seu pequeno laptop, ate o click da tecla "enter" soa solitaririo No meio do silêncio pandemia.
Dizem que Jorge continua lá, na companhia de lembranças e amigos que se foram, e que tarde da noite, quem passar por lá escuta as cordas distantes de um violão criando alegres e tristes canções
Jorge ouvia apenas os seus passos ecoando enquanto anda pelo Hotel que parece uma imensa e vazia nave espacial, aquelas que ele imaginava quando lia 'Eram os Deuses astronautas" e dedilhava o violão.
Ele senta no imenso salão e começa a tocar. A acústica o impressiona a cada nota ecoa pelos corredores quartos e cômodos vazios. Ele toca como que para acalmar os seus propios fantasmas e os que habitam cada pedaço do prédio Centenário.
As vezes, o fantasma do seu amigo Tim Maia vem visita-lo. Conta causos, piadas e leva um som, Jorge gosta do som potente da voz de Tim ecoando pelas paradas.
O Violão, ele tinha trocado pela guitarra e tinha até esquecido das cordas macias e de como a música soava doce no instrumento.
A cada noite outros fantasmas vinham visita-lo, Umbabarauma pedindo outra música, pois sentia falta de do cheiro dos gramados, Chica da Silva sempre vinha para mostrar seus belos vestidos e joias, o homem da gravata florida gostava de discutir filosofia com jorge, Hermes trimegisto não falava, apenas mostrava suas novas fórmulas alquimicas e tinha o Charles Anjo 45 com suas divertidas e assustadoras histórias de bandidagem e crimes.
Jorge escuta o barulho constante das ambulâncias e carros de polícia, rasgando o silêncio da cidade recolhida.
Ele fecha a janela, liga seu pequeno estúdio portátil e começa a trabalhar no proximo disco, observado pela imagem de são Jorge, em cima do pequeno altar
Só ele e violão, como era no princípio, no seu pequeno quarto na Tijuca, ele quase escuta a voz da sua mae o chamando para jantar.
10 canções prontas, o suficiente para a gravadora, se ainda existissem gravadoras e não apenas um conglomerado virtual de sons jogados e capitalizados no ciberespaço.
Ele começa a trabalhar em "Não tem medo Não", um funk com levada africana onde ele diz "irmã e irmã, o sol nascerá, já dizia Cartola, não da para entregar tudo aquilo que se plantou", um hino de exaltação da vida em " Vou encontrar você na Praia", parceria mediúnica com Tim Maia, um disco samba acústico, a religiosa "Prepare o quarto que o Homem vai voltar" uma visão humorada da volta do messias, em "Foi tudo tão rápido que eu nem lembrei" fala de como a pandemia adiou planos e amores, "African sadness" a única em inglês onde ele fala do abandono da África amplificado pela pandemia, em "De 8 a 80" ele revisita cada um dos personagens de suas músicas em frases bem humoradas e curtas que juntou das conversas com seus amigos.
Jorge espalha suas cancoes pela rede, atraves do seu pequeno laptop, ate o click da tecla "enter" soa solitaririo No meio do silêncio pandemia.
Dizem que Jorge continua lá, na companhia de lembranças e amigos que se foram, e que tarde da noite, quem passar por lá escuta as cordas distantes de um violão criando alegres e tristes canções